Como criar um negócio estruturado – parte 1 – Conhecimento financeiro

Normalmente, quem quer criar um negócio só para se sustentar, acha que muitas coisas são apenas firulas desnecessárias, afinal, para que preciso entender de planilhas apenas para vender comida em uma barraquinha de rua, vender roupas/bijus e afins através do whatsapp? 

Na hora de criar um negócio, seja por necessidade ou por encontrar uma oportunidade de criar algo diferente, é essencial ter o conhecimento básico em algumas áreas para construir uma empresa com potencial de sucesso. 

Mas isso não significa que você precisa ser um expert em informática, em finanças ou em marketing, porém saber o básico e se possível contar com ajuda profissional, serão pontos que ajudarão seu negócio aumentar a probabilidade de sucesso.

E quais são os conhecimentos que vão te ajudar nessa jornada rumo ao sucesso? Fala facilitar seu planejamento podemos separá-los em 3 áreas:

1. Conhecimento financeiro (contabilidade e gestão de custos);
2. Conhecimento organizacional (gestão de pessoas e plano de negócios);
3. Conhecimento de marketing (pesquisa de mercado e estratégia de marketing).

Esses conhecimentos somados à um domínio mínimo de excel com certeza contribuirão para construir um negócio minimamente estruturado. Para facilitar seus estudos rumo a estruturação do seu negócio, nós separamos esse post em 3 partes, que são referentes as 3 áreas de conhecimento necessários para o sucesso.

Reflita: Como você faz a gestão financeira do seu negócio?

Isso nem se quer existe? Na verdade é comum que negócios informais tenham controle quase 0 quando o assunto é finanças, muitas vezes o dinheiro da “empresa” se mistura com o pessoal, e daí é só “ladeira abaixo”.

Alguns empreendedores mais metódicos costumam ter uma gestão mesmo, que rústica, anotando compras e vendas em algum lugar, e alguns chegam a ter contas separadas para o negócio e para si mesmo (esses estão de parabéns).

A informalidade é grande, e continuar nela é pedir para nunca crescer, nunca deixar de ser informal e viver sempre na linha tênue de “vender o almoço para comprar a janta”. E uma grande passo que sua empresa pode dar para o crescimento é cuidar da gestão financeira da forma correta.

Quem é MEI não é obrigado por lei a ter contador (quem é informal menos ainda, obviamente), mas ter a ajuda de um contador ou escritório de contabilidade, independente do seu negócio ser formal ou não, fará uma grande diferença.

Dependendo da sua formação, pode nunca ter ouvido falar nos termos “Fluxos de caixa e balancetes”, provavelmente o termo técnico mais famoso seja ”notas fiscais”. Acontece que esses elementos fiscais e tributários são grandes aliados na hora de saber como está a saúde financeira da sua empresa.

Além disso, conforme a empresa cresce, um pouco que seja, o fluxo de informações cresce. Se antes você conseguia organizar entradas (compras) e saídas (vendas) seja em um caderno ou em uma planilha, com o crescimento do negócio isso pode se tornar mais difícil.

O contador é responsável exatamente por auxiliar o empreendedor a criar um planejamento financeiro onde irá anotar o fluxo do caixa e toda a coisa chata que muitos não querem nem pensar. Além disso, para conseguir empréstimo, muitas financeiras solicitam a apresentação de documentos contábeis que muitos nem se quer sabem que existe.

Se você quiser contratar um funcionário CLT, aí que vai realmente precisar de um contador, pois sem auxilio é bem provavelmente que você tenha muitas dúvidas e problemas. Se você planeja crescer, comece anotando tudo, separando o seu “eu empreendedor” do “eu pessoa”, e se possível, contrate o auxílio de quem entende.

Depois de saber a importância de ter alguém especializado em contabilidade para auxiliar o seu negócio, vem uma outra pergunta para reflexão:

Você sabe gerenciar seus custos?

Se alguém te perguntasse nesse exato momento qual o valor de venda dos seus serviços/produtos você saberia responder? Provavelmente sim, mas em relação ao custo real, será que a resposta também seria um sim?

Quando falo de custo real, estou me referindo ao valor que você gasta para produzir um produto/serviço levando em consideração, não só a aquisição do produto/matéria prima, mas também custos indiretos como: aluguel, imposto, gastos com energia, transportes, gastos com equipamentos e sistemas, mão de obra terceirizada ou não, e por assim vai.

Podemos ir além, incluindo o cafezinho, copo descartável (se você usa), e até o material de limpeza, tudo isso contribui para a montanha de gastos aumentar cada vez mais. Por isso é importante saber quais são TODAS as fontes de gastos.

Quando você sabe quais são todos os gastos e ganhos da empresa, você está fazendo na prática o que chamam de gestão de custos.

Esse é um serviço que muitos escritórios de contabilidade oferecem, mas se você não tem como contratar um contador, você mesmo pode criar uma planilha e inserir essas informações de forma mais detalhada o possível.

Os benefícios de uma gestão de custos eficientes são muitos, mas os principais são: aumentar a probabilidade de sucesso do seu negócio, diminuir gastos desnecessários, fazer uma precificação correta, reduzir os riscos financeiros e aumentar lucratividade.

Sem dúvida a gestão de custos é uma ferramenta muito útil para qualquer negócio, independentemente do tamanho, assim como o plano de negócios que será abordado na parte 2 desse post.